DEPRESSÃO
A depressão pode ser definida como um sinal caracterizado por humor deprimido, perda de interesse e do prazer nas atividades do dia-a-dia, com repercussões importantes na vida do indivíduo e duração variável, quando não submetido a tratamento médico. Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), a doença atinge aproximadamente 3% dos homens e de 5% a 9% das mulheres dos países industrializados, sendo que alcança índices bem maiores quando se trata da população acima de 60 anos, cerca de 25% . |
FATORES DE RISCO:
A depressão é sempre resultado de vários fatores biológicos, psicológicos, sociais e culturais, principalmente no idoso. Sendo assim, o risco, a gravidade e a evolução da depressão vão depender:
- Do meio e dos fatores de estresse aos quais se está exposto; - Do grau do envelhecimento cerebral; - Da personalidade e dos mecanismos desenvolvidos durante a vida para enfrentar, com mais ou menos sucesso, as mudanças do cotidiano.
FATORES DE ESTRESSE QUE PODEM PREDISPOR A DEPRESSÃO:
- Perda de amizades e parentes; - Doenças crônicas e incapacidades físicas; - Perda do papel sexual e modificações da aparência física; - Preconceitos; - Aposentadoria; - Empobrecimento; - Medo da violência.
CAUSAS DO ORGANISMO QUE PODEM PREDISPOR A DEPRESSÃO:
No idoso há uma diminuição gradual no tempo total e na continuidade do sono. A melatonina, que é uma substância originada por volta dos 30-40 anos em nosso organismo e parece ter um papel na regularização do sono e um leve efeito antidepressivo, tem aparecido como causa de depressão no idoso.
OUTRAS CAUSAS ORGÂNICAS DA DEPRESSÃO:
- Uso de drogas, interromperem de repente o uso de anfetaminas (substâncias fabricadas em laboratório sob forma de remédio para emagrecer) e alguns medicamentos; - Distúrbios das glândulas (tireóide), distúrbio imunológico (da defesa); - Infecções, como hepatite; - Deficiência de vitaminas, como por exemplo, Vitamina a B12;
SINAIS E SINTOMAS DA DEPRESSÃO:
A depressão pode aparecer sob uma forma clássica como ansiedade, crise de choro sem motivo aparente, angústia, tristeza, desânimo geral ou de formas mascaradas, ou seja, com sintomas vagos, como: dores sem causa, alterações do sono, perda de energia, irritabilidade, baixo desempenho.
ABAIXO ALGUNS DOS SINTOMAS CLÁSSICOS:
- Humor deprimido quase que diariamente; - Alterações da auto-estima; - Redução importante do interesse, da energia e do raciocínio; - Alteração do sono; - Alterações psicomotoras (imobilidade).
TRATAMENTO:
O tratamento deverá ser multidisciplinar e envolver atendimento de vários profissionais, como médico, assistente social, psicólogo, fisioterapeuta e nutricionista.
Tratamento medicamentoso: Deverá ser realizado sob orientação e supervisão médica. Há alimentos que devem ser evitados durante a administração de certas medicações.
Tratamento sob a visão da fisioterapia: A fisioterapia tem espaço no atendimento do indivíduo deprimido, pois atua na prevenção, no tratamento e na reabilitação, contribuindo para melhorar a qualidade de vida através da terapia do movimento, também conhecida como cinesioterapia. O movimento é um fator de autoconhecimento podendo elevar a auto-estima e aumentar a capacidade de auto cuidado, o que possibilita a descoberta de novos horizontes e maior participação social.
Tratamento sob a visão psicológica: O tratamento de psicoterapia de grupo é uma grande contribuição no tratamento da depressão, mostrando-se indispensável para a obtenção do alívio do sofrimento do indivíduo. Situações de conflito podem surgir em decorrência de mudanças sociais e culturais, afetando os indivíduos de modos diferentes. As maiorias das pessoas suportam as perdas e adaptam-se criativamente às mudanças inevitáveis. Quando as perdas são leves ou os recursos de enfrentá-las são elevados, a saúde pode ser preservada. Contudo, algumas crises podem levar à depressão, demandando apoio deste profissional. A psicologia oferece espaço de segurança e proteção, permitindo que o indivíduo reflita sobre a sua condição e tome conhecimento dos recursos necessários, além disso, promove uma maior conscientização sobre a sua doença favorecendo uma postura mais ativa diante do tratamento. A função do terapeuta é de promover a união, a comunicação, clarear pontos importantes, ter postura ativa, apoiadora e acolhedora, estimulando a fala do paciente e a expressão dos seus sentimentos. Os que freqüentam um grupo se sentem reconhecidos, falam um mesmo idioma emocional e freqüentemente fazem amizades. Todos aprendem sobre si próprios a partir da relação com os outros e apoiando-se mutuamente. A psicologia auxilia na busca coletiva das soluções, criando espaços para o indivíduo falar sobre seus sofrimentos, melhorar o seu estado emocional, a sua auto-estima e ter capacidade de resolução de sua própria vida. |